A empresa familiar nasce do esforço pessoal do seu fundador.
É o empreendedor quem, vencendo as enormes dificuldades que implica seguir em frente com um projecto empresarial, arriscando em muitas ocasiões o património pessoal – seu e da família –, consegue tornar o sonho em realidade, concretizar uma visão.
Da mesma forma que, quando ajudamos os nossos filhos a crescer, fazemo-lo tentando transmitir valores, formas de se comportar, de pensar, de sentir, o empreendedor proporciona à sua empresa uma vivência, um carácter pessoal, um reflexo da sua maneira de ser.
Mas os filhos crescem e a empresa também. Torna-se grande, forte… e independente. Cria os seus próprios órgãos de direcção, toma as suas decisões, o espírito do empreendedor permanece, mas talvez já não prevaleça. Na empresa familiar, a família pode significar o elo de ligação com o espírito original.
Mais, tem obrigatoriamente de sê-lo. O processo de sucessão tem de garantir a continuidade do carácter do empreendedor, o que apenas será possível se a família funcionar como garante do mesmo.
Então, será necessário articular as pautas e órgãos de gestão que permitam à família actuar de forma unida e dedicada, defendendo sempre os interesses da empresa. Assim, estará também a defender os seus próprios interesses.
Com prefácio de Américo Amorim.